A difícil arte de se adaptar (e sobreviver) às academias de musculação I
- Crônicas e Contos
- 15 de jan. de 2024
- 2 min de leitura

Nunca me sinto motivado para ir à academia. Nunca! Mas, o fato de precisar supera o de não ter nenhuma motivação aparente para estar naquele local por, no máximo, quarenta minutos ou uma hora (nunca passo este tempo; já está super pré-determinado no meu subconsciente).
Nos últimos meses, a academia se tornou um misto de necessidade e muito receio. Afinal, uma academia é como um “ecossistema único”, onde convivem os mais diversos tipos de criaturas. Antes mesmo de começar meu treino – sempre o mais básico que possa imaginar –, já reparava perplexo a fauna peculiar que povoava aquele ambiente.
Logo na entrada, encontrei os “Ratos de Academia”, aquelas pessoas que parecem morar no lugar. Conheço pelo menos três ou quatro, que têm mais afinidade com os supinos do que com o próprio travesseiro. Eles possuem um código geneticamente alterado que os faz sentir-se em casa entre halteres e equipamentos de musculação.
No canto dos espelhos, deparei-me com as "Selfie Fitness". Essas criaturas têm um talento nato para a arte da selfie, independentemente de estarem suando numa aula de spinning ou pegando leve na esteira. Para elas (ou eles), cada treino é uma oportunidade de mostrar para o mundo (como se este estivesse interessado) como seus abdominais estão em formação e como suas bochechas ficam rosadas – deixam qualquer artista circense com inveja – durante o esforço físico.
Entre uma série e outra, percebo os "Mestres da Tecnologia". São aqueles que transformam a academia numa extensão de seus escritórios, respondendo e-mails enquanto pedalam freneticamente na bicicleta ergométrica. Para eles, multitarefa é o nome do jogo, e ganhar músculos enquanto ganham dinheiro talvez seja uma combinação perfeita.
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